O Dia dos Avós, assim como a memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, são duas datas que acontecem muito próximas, mas não no mesmo dia. Vamos entender. Mas antes, vamos saber um pouco mais sobre os pais da Virgem Maria.
A desolação de São Joaquim e Santa Ana
Não existe menção a São Joaquim e Santa Ana na Bíblia Sagrada, ou seja, tudo o que se sabe são informações dos textos apócrifos, como o Protoevangelho de Tiago, do século II, além da tradição.
Conta-se que eles moravam em Jerusalém e segundo relatos Joaquim era um homem piedoso e rico, da origem de Davi. Os dois se casaram e por 20 anos não geraram nenhum filho. Para os judeus, naquela época, não gerar filhos era sinal de que o casal não era abençoado por Deus. Apesar da desolação, da tristeza de não ter um descendente, Joaquim e Ana tinham uma vida de fé ardente e grande temor de Deus.
Certo dia, Joaquim foi levar suas ofertas ao Templo e então foi repreendido por um homem, chamado Ruben. Esse homem o lembrou de que pelo fato de não ter filhos, Joaquim não podia fazer ofertas a Deus.
Sentindo-se humilhado, Joaquim retirou-se para o deserto e, durante 40 dias e 40 noites, suplicou a Deus, entre lágrimas e jejuns, que lhe desse descendentes. Ao mesmo tempo, Ana, em sua casa, também suplicou a Deus pela graça da maternidade.
Um anúncio Divino!
O casal foi então agraciado com uma visita do Céu, um Anjo veio lhes anunciar que os dois foram abençoados por Deus. Conta-se que os dois selaram o anúncio da gestação com um beijo diante da Porta Áurea de Jerusalém.
Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba (PR) disse em um de seus texto: “Sem dúvidas, Ana e Joaquim pertenciam ao grupo daqueles judeus piedosos que esperavam a consolação de Israel, e a eles foi dada uma tarefa especial na história da salvação: foram escolhidos por Deus para gerar a Virgem Maria, que, por sua vez, é chamada a gerar o Filho de Deus”. Que grande graça na vida desse casal!
A devoção aos pais da Virgem Maria, portanto, os avós de Jesus, surgiu primeiro no Oriente, depois no Ocidente. O Papa Sisto IV introduziu a festa de Santa Ana no Breviário Romano, estabelecendo a data da sua memória litúrgica em 26 de julho. Foi escolhido esse dia, pois, segundo a tradição, é a data da sua morte.
Em 1584, o Papa Gregório XIII incluiu a celebração litúrgica de Santa Ana no Missal Romano. Em 1510, o Papa Júlio II inseriu, no calendário litúrgico, a memória de São Joaquim, em 20 de março; depois, com a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, em 1969, os avós de Jesus foram unidos em uma única celebração litúrgica, no dia 26 de julho.
Dia Mundial dos Avós e Idosos
Em 2021, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos. A data deve ser celebrada todo ano no 4º domingo do mês de julho, para que fique mais próximo do dia de São Joaquim e Santa Ana, os avós de Jesus e padroeiro de todos os avós.
A data, segundo o Papa, permitirá recordar e celebrar o dom da velhice, daqueles que, antes de nós e para nós, guardam e transmitem a vida e a fé.
“O Espírito Santo ainda desperta pensamentos e palavras de sabedoria nos idosos: sua voz é preciosa porque canta os louvores de Deus e conserva as raízes dos povos. Eles nos lembram que a velhice é um presente e que os avós são o elo entre as diferentes gerações, para transmitir aos jovens a experiência da vida e da fé”, disse o Papa.
São Joaquim e Sant Ana, rogai por todos os avós!