Clarentianos

A Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria foi fundada no dia 16 de julho de 1849 por Santo Antônio Maria Claret, arcebispo emérito de Cuba, dedicada especialmente ao anúncio do Evangelho e ao serviço missionário.

Santo Antônio Claret nasceu em um povoado chamado Sallent, na Catalunha, Espanha, em 23 de dezembro de 1807, sendo batizado no dia de Natal. Foi o quinto de um total de 10 filhos de uma família profundamente piedosa, em cujo seio aprendeu desde cedo a amar a Eucaristia. Ainda criança, aprendeu com êxito o ofício de tecelão e trabalhou na fábrica do seu pai. Também aprendeu o ofício de tipógrafo, o que lhe inspirou a usar os meios de comunicação no serviço do anúncio do Evangelho.

Enquanto assistia uma Missa, sentiu-se profundamente tocado pelas palavras do Evangelho daquele dia que diziam: “De que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se finalmente perde a sua alma?”. Tomado pelo desejo de se consagrar a Deus na vida religiosa, aconselhou-se com um sacerdote e entrou para o seminário de Vic, na Espanha, e adotou o nome Maria ao seu nome, consagrando sua vocação à Nossa Senhora Pretendia se tornar um monge cartuxo, porém seus dons para a vida missionária logo se manifestaram e Santo Antônio Claret desistiu da vida monacal.

Em 1835 foi ordenado sacerdote e enviado para a sua terra natal como pároco. Ali, desempenhou brilhantemente seu ofício por quatro anos. Depois disso, foi enviado para Roma, para trabalhar em um órgão da Igreja chamado “Propaganda Fidei” (Propaganda da Fé), onde trabalhou arduamente pela evangelização do seu país. Por ter se destacado positivamente no trabalho da evangelização, foi mandado para as Ilhas Canárias, uma região então bastante difícil.

Mas o jovem Santo Antônio Maria Claret ainda sentia em seu coração um desejo ardente de um trabalho apostólico de maiores proporções. Assim, no ano de 1849, fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, junto com outros cinco sacerdotes. Por causa do nome do fundador, os padres integrantes desta congregação ficaram conhecidos como “claretianos”.

Pouco tempo depois da fundação da sua congregação, Santo Antônio Maria Claret foi nomeado arcebispo de Cuba, que até então estava sem um pastor há quase 15 anos. Em Cuba, passou a ser vítima constante de toda a sorte de pressões por parte de lojas maçônicas. Estas, faziam violenta oposição aos padres, e provocaram vários atentados contra a sua vida. Puseram fogo numa casa em que ele estava, misturaram veneno a seus alimentos, bateram nele várias vezes e o assaltaram à mão armada outras tantas. Porém, Santo Antônio Maria Claret sempre escapava ileso e continuava sua missão sem retroceder.

Como arcebispo de Cuba, restaurou o seminário que estava decadente, causando uma grande afluência de novas vocações. Apoiou negros e índios e buscava libertá-los da escravidão. Fundou dioceses e, com a ajuda da madre Antônia Paris, fundou uma congregação religiosa chamada Congregação das Irmãs de Ensino Maria Imaculada. Também por causa do nome do fundador, ficaram conhecidas como “irmãs claretianas”.

Regressando à Espanha em 1857 após um trabalho louvável nas terras cubanas, Santo Antônio Maria Claret foi convidado pela rainha Isabel II, a quem sua fama havia chegado, para ser seu confessor e diretor espiritual. Embora relutante, aceitou, vendo nisso o desejo de Deus. Passou a escrever inúmeras obras religiosas e incontáveis sermões, todos cheios de profunda sabedoria. Em 1868, em solidariedade à rainha Isabel II, acompanhou-a ao exílio na França. Lá, permaneceu junto da família real. Embora desgastado pelo trabalho apostólico, ainda dedicou suas forças à fundação de uma academia dedicada aos artistas, colocando-a sob a proteção de São Miguel.

No dia 24 de outubro de 1870, aos 63 anos de idade, Santo Antônio Maria Claret faleceu santamente, no mosteiro de Fontfroide, França. França. Ele deixou uma numerosa e importante obra escrita, que inspira e dirige almas até os dias de hoje. Sua beatificação foi celebrada pelo papa Pio XI. Este, chamou-o de “precursor da Ação Católica do mundo moderno”. Sua canonização aconteceu em 1950, pelas mãos do Papa Pio XII.

"Um filho do Imaculado Coração de Maria é um homem que arde em caridade e abrasa por onde passa. Deseja eficazmente e procura por todos os meios inflamar o mundo no fogo do divino amor. Nada o detém. Alegra-se nas privações. Enfrenta os trabalhos. Abraça os sacrifícios. Compraz-se nas calúnias. Alegra-se nos tormentos e dores que sofre e gloria-se na cruz de Jesus Cristo. Não pensa senão em como seguir e imitar Cristo na oração, no trabalho e no sofrimento, procurando sempre e unicamente a maior glória de Deus e a salvação dos homens".

Santo Antônio Maria Claret