A igreja vive, em 11 de julho, a memória de São Bento. Ele é considerado um santo protetor de todos os males espirituais devido a sua história de vida.
Vamos conhecer sua história?
Da nobreza para uma vida entregue a Deus
São Bento nasceu em uma família nobre no ano 480, na Itália, numa pequena cidade perto de Roma. Tinha uma vida de conforto e bons estudos. Mas ele era diferente dos meninos de sua idade, desde pequeno gostava de rezar e fazia isso sem que ninguém o pedisse.
Logo que completou 13 anos sua família o enviou para estudar em Roma, coisa que ele também gostava muito de fazer. E lá ele passou a morar com a companhia de uma governanta. Porém naquela época Roma vivia uma situação política conturbada, havia uma grande pressão em cima do Império Romano por conta das invasões dos bárbaros. O tempo foi passando e Bento ficou desgostoso de tudo, o seu coração passou a desejar uma nova forma de vida, dedicada totalmente a Deus. Ele decidiu deixar os estudos, romper com o luxo da nobreza, sair de Roma e se isolar.
Tentou viver na companhia da sua governanta na aldeia de Effide. Lá conseguiu abrigo numa casa humilde onde se entregou à oração e uma vida simples. Conheceu então um monge eremita, de nome Romano, que lhe falou a respeito da vida eremítica. E logo despertou nele o desejou ser um eremita, então partiu sozinho para viver em uma gruta escondida no Monte Subíaco.
Seu desejo era a santidade, por isso se dedicou com ainda mais afinco às orações, à meditação da Palavra de Deus e a diversos exercícios espirituais. Ele se alimentava apenas quando o monge Romano levava para ele um cesto com pães. Ficou nesta gruta por 3 anos, até que saiu de lá quando recebeu um convite para ser o abade (superior) de um convento em Vicovaro.
Tempos de perseguição!
No convento, Bento tentou instituir algumas regras de vida, porque acreditava que o seguimento a Cristo deveria acontecer de maneira mais radical e não como estava acontecendo naquele lugar.
Porém, os monges manifestaram resistência, pois acharam as regras muito rígidas. Muitos deles passaram a odiar Bento, outros manifestavam desprezo por ele. E vários se uniram para tentar acabar com a vida deste servo de Deus.
Colocaram veneno numa taça de vinho e serviram a Bento. Porém, como Bento tinha o hábito de abençoar tudo o que comia e bebia, ao traçar o sinal da cruz a taça de vinho se quebrou. Aquela situação causou surpresa em muitos monges, alguns se arrependeram e contaram a Bento o que haviam feito. O santo, por sua vez, reconheceu a proteção divina e perdoou seus malfeitores.
Porém, despois dessa tentativa de assassinato, Bento decidiu voltar para o Monte Subíaco, onde voltou a viver sozinho. Porém, muitos que o conheciam passaram a visitá-lo no Monte. E muitos jovens, vendo o exemplo de Bento, passaram a cultivar em seus corações o desejo de viver como ele os valores evangélicos deixados por Jesus Cristo.
Então, Bento passou a construir mosteiros espalhados por diversas regiões para acolher esses jovens. E mais uma vez ele começou a ser perseguido. Desta vez, um padre, sabendo da fama de São Bento e vendo os fiéis se aproximando cada vez mais dele e o crescente número de jovens que entravam para os mosteiros fundados por Bento, ficou enciumado. Ele começou, então, a difamar São Bento e tentou também envenená-lo, com um pedaço de pão. Mas também sem sucesso, graças à proteção Divina.
Após mais essa ameaça, Bento, resolveu abandonar o local e seguir para Montecassino, lugar situado entre Roma e Nápoles.
A vida monástica e a Regra de São Bento
Neste novo lugar, por volta do ano 529, Bento começou a criar uma forma nova de viver a religião: a vida monástica comunitária. No monastério, os monges davam hospitalidade aos refugiados. E por volta do ano 534, Bento escreveu o livro “Regula Monasteriorum”, onde expressou as regras para a vida monástica comunitária e todas as exigências para a construção de outros mosteiros.
A obra, que ficou conhecida como “Regra de São Bento”, prioriza o silêncio, a oração, o trabalho, o recolhimento, a caridade fraterna e a obediência; e tem como lema principal: “Oração e trabalho”.
E foi assim nasceu a famosa Ordem dos Beneditinos, que permanece ativa até os dias atuais, seguindo a mesma regra escrita há mais de 1500 anos, espalhada por diversos lugares do mundo.
A poderosa oração de São Bento contra o mal
Ao longo de sua vida, São Bento sofreu muitas investidas do demônio que tentava a todo custo destruir a sua vida. Mas ele jamais se entregou ao medo porque sabia do poder da oração e da força da cruz de Cristo. Por isso mesmo Bento criou medalhas com uma oração de exorcismo escrita por ele para que todos possam se defender do mal. A oração é a seguinte:
“A Cruz Sagrada seja a minha Luz. Não seja o dragão o meu guia. Retira-te satanás. Nunca me aconselhes coisas vãs. É mau o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo o teu veneno.”
Em 1942, o Papa Clemente XIV aprovou o uso da medalha de São Bento, oficializando-a como um sacramental, ou seja, instrumento de devoção e de fé.”
São Bento faleceu no ano 547, aos 67 anos. A sua memória litúrgica é celebrada em 11 de julho, data que marca a trasladação de seus restos mortais para a Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire na França. Esta igreja foi fundada no ano 640 junto a um dos mais conhecidos mosteiros beneditinos da Europa Ocidental.