Uma pequena meditação para a Sexta-feira Santa

A Sexta-feira Santa é um dia singular para todo católico. Este é o dia em que recordamos o que o amor de Deus foi capaz de fazer para nos salvar: amando-nos até o fim e nos dando Seu Filho em expiação de nossos pecados.

Neste dia, somos chamados ao recolhimento, ao silêncio e à profunda oração, para meditar os últimos momentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, durante sua condenação, flagelação e morte na Cruz.

Neste dia não há celebração da Santa Missa em nenhum lugar no mundo. Também é dia de jejum e abstinência de carne, como orienta a Mãe Igreja. Tudo neste dia é um convite para recordar os sofrimentos de Nosso Senhor e Salvador.

Recordemos alguns ensinamentos que este dia de silêncio e oração nos traz:

Jesus se entregou por amor

É bem verdade que Jesus foi preso e morto a mando das autoridades romanas e judaicas. Mas o que fez Ele ir para a sua condenação e morte foi o seu Amor por todos os homens. Para não nos perder, ele preferiu perder a vida, como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante os tosquiadores. (Is 53,7).

Lembremos de sua palavra: “ninguém me tira a vida, mas eu a dou livremente” (Jo 10,18). Cristo, impelido por Amor, deu sua vida livremente para resgatar toda a humanidade que estava morta no pecado.

Sua morte abriu novamente as portas do Céu para os filhos de Adão, inaugurando um novo tempo: o tempo da salvação e da glória. 

Foi por mim, foi por você, foi por todos nós que Jesus sofreu. Somos nós que, com os nossos pecados, gritamos por Sua Morte. Foram os nossos pecados que O pregaram no madeiro. 

Mas Deus não nos abandona. O abismo de miséria, que o pecado nos colocou, foi destruído por um Amor infinito.

Cristo na cruz nos chama à conversão

É impossível contemplar o Senhor sofredor na Cruz e não ter o coração abrasado de compaixão e amor. Até mesmo as almas mais frias se sentem aquecidas quando contemplam este Mistério de Amor.

Ao nosso pecado, ele respondeu com Amor.

Ao olhar Cristo na Cruz, somos chamados a abandonar o caminho da maldade e do pecado. Sua morte é um chamado a aderir o caminho da vida, que Ele mesmo nos deu.

Com gratidão a Deus, renunciemos ao pecado definitivamente e busquemos reparar as nossas faltas. Peçamos ao Senhor um coração sincero, para que na nossa alma tenhamos a consciência de sermos verdadeiros cristãos e ajudá-lo a carregar a Cruz com nossos sofrimentos diários.

Que possamos morrer para o pecado e entregar nossa vida com confiança a Deus, como o próprio Cristo fez no alto da Cruz: “Ó Pai, em Tuas mãos eu entrego o meu espírito” (Sl 30).

Adoremos a Cruz com Maria

Durante a celebração desta Sexta-feira Santa ocorre o conhecido ‘beijo da Cruz’, onde adoramos a Cruz de Cristo.

Sim, nós adoramos a Santa Cruz porque ela foi o madeiro no qual foi nos dada a Salvação. Assim, nos aproximemos para adorá-la, com um beijo, não como o de Judas, mas um beijo de amor, de respeito e de gratidão.

E ali, aos pés da Cruz, somos chamados a permanecer com e como Maria, nossa Mãe, abandonando-se inteiramente a vontade de Deus. Sofrendo mortalmente em seu coração, Maria não mostra fraqueza ou murmurações, mas é fiel, assim como devemos ser.

Aprendamos com ela a abraçar as nossas cruzes e ofertá-los para Deus, para nosso bem e o de todo mundo.

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